
A leitura continua nos movendo.
Na segunda edição do Põe na Estante, seguimos fortalecendo essa corrente de trocas literárias no PJMC. São livros que despertam reflexões, atravessam vivências e alimentam nossos percursos na cultura, dentro e fora dos espaços formativos!
As novas indicações chegam de diferentes vozes que constroem o programa: jovens, agentes, orientadores(as) e demais integrantes dessa rede.
E a estante continua aberta: envie sua dica, compartilhe sua leitura e ajude a espalhar histórias que fazem a diferença.
📩 comunicacao.pjmc@aemc.org.br
Agora, confira as sugestões deste mês: tem muita coisa boa chegando por aqui e não se esqueça de visitar as bibliotecas do Sistema Municipal de Bibliotecas:
Dica de Isolda Pereira, Assistente Social PJMC
Livro: A sociedade literária e a torta de casca de batata
Data da primeira publicação: 2007
Autoras: Mary Ann Shaffer, Annie Barrows
Gêneros: Romance, Romance epistolar, Ficção histórica

Descrição: O livro A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata retrata as experiências vividas pela população da ilha de Guernsey, no Reino Unido, durante a ocupação alemã na Segunda Guerra Mundial. A obra aborda de forma sensível e profunda questões relevantes relacionadas ao gênero e à vida comunitária.
Impressões: Uma narrativa potente que destaca a luta e a resistência do povo de Guernsey face às adversidades da guerra de forma coletiva. Além disso, o livro também revela a humanidade de alguns soldados alemães que atuavam na linha de frente e que achavam brechas de existência em meio ao conflito. Uma leitura de romance e resistência que nos prende do início ao fim.
Dica de Laura Campanini, JMC na Spcine
Livro: Realismo capitalista: é Mais Fácil Imaginar o fim do Mundo do que o fim do Capitalismo?
Data da primeira publicação: 27 de novembro de 2009
Autor: Mark Fisher
Gênero: Não ficção

Descrição: Este livro, escrito pelo filósofo e crítico cultural britânico Mark Fisher, desnuda o desenvolvimento e as principais características do “realismo capitalista”, conceito que delineia a estrutura ideológica em que estamos vivendo. Usando exemplos de política, filmes, ficção, trabalho e educação, argumenta que o “realismo capitalista” captura todas as áreas da experiência contemporânea. Mas também mostra que, devido a uma série de inconsistências e falhas internas ao programa de realidade do Capital, o capitalismo é, de fato, tudo ― menos realista.
Impressões: É um livro teórico/acadêmico que não é tão difícil de ler. O livro fala sobre as crises inevitáveis do capitalismo e a normalização disso, o seu impacto em doenças mentais, no trabalho, educação, ecologia e sobre o tédio. Me impactou muito saber que o escritor, que nesse livro escreve como o capitalismo está super atrelado à depressão, ansiedade e outras doenças e transtornos mentais, se suicidou alguns anos atrás. Eu achei essa leitura genial e compreendi muitas merdas que acontecem no mundo. Fiz um resumão do livro, quem quiser, só pedir.
Dica de Sophia Machado Nunes, JMC na Biblioteca Prefeito Prestes Maia
Livro: Homens pretos (não) choram
Data da primeira publicação: 2022
Autor: Stefano Volp
Gênero: Ficção
Descrição: O homem negro tem espaço para ser vulnerável? Esse homem pode chorar e existir ao mesmo tempo?
Com três contos inéditos, nesta nova edição de Homens pretos (não) choram, Stefano Volp joga luz sobre as feridas, os medos e a solidão do homem, sobretudo o negro, para buscar respostas sobre uma sociedade incapaz de compreender as vulnerabilidades e sutilezas que existem para além da imagem que se constrói das pessoas.
Impressões: São leituras fortes, porém muito gostosas. Tudo é muito bem escrito e brasileiro…
Dica de Matheus de Oliveira, JMC na Biblioteca Monteiro Lobato
Livro: As veias abertas da América Latina
Data da primeira publicação: 1971
Autor: Eduardo Galeano
Assunto: Política, América Latina
Descrição da obra:
“Este livro tornou-se um ‘clássico libertário’, um inventário da dependência e da vassalagem de que a América Latina tem sido vítima, desde que nela aportaram os europeus no final do século XV. No começo, espanhóis e portugueses. Depois vieram ingleses, holandeses, franceses, modernamente os norte-americanos, e o ancestral cenário permanece – a mesma submissão, a mesma miséria, a mesma espoliação.”
Impressões sobre a leitura:
As veias abertas da américa latina é uma obra importante para entender como as relações se dão no sistema vigente, mas principalmente as relações imperialistas. Por que os países do nosso continente tem tanto em comum? Por que todos sofreram processos de exploração, desde a escravização à ditaduras, tão semelhantes?
Obra importantíssima quando o assunto é decolonialidade!
Dica de Joyce Elvira De Oliveira Pereira Machado, JMC Centro Cultural Santo Amaro
Livro: Capitães da Areia
Data da primeira publicação: 1937
Autor: Jorge Amado
Gêneros: Romance, Ficção

Descrição: O livro conta a história de um grupo de crianças e adolescentes abandonados que vivem em situação de rua na Bahia, eles se alojam em um trapiche perto do mar, organizam assaltos e precisam abdicar de tudo o que uma infância deveria proporcionar. Sob liderança de Pedro Bala, cada um deles coleciona as próprias histórias de vida, o que é muito bem retratado, visto que é uma das obras mais aclamadas do modernismo.
Impressões: Venho compartilhar uma obra literária nacional e particularmente a minha preferida.
Capitães da Areia publicado em 1937, obra do autor Jorge Amado, nascido na Bahia no ano de 1912, um dos maiores representantes da ficção regionalista, que marcou o segundo Tempo Modernista.
Jorge Amado buscou mostrar em seus romances, os problemas sociais que via na sociedade, o que o levava a analisar, sobretudo, as camadas sociais mais fragilizadas e marginalizadas.
Obs: É o meu ator nacional preferido, e de todas suas obras Capitães da Areia é meu xodo ♡ a primeira vez que li esse clássico tinha 9 anos. Lembro que minha professora de português chamou minha mãe na escola e disse que não era livro para minha idade… Agradeço minha mãe por não dar ouvidos a ela. 🙂
Dica de Thiago Silva, Agente de Formação Brasilândia/Freguesia
Livro: Melhores Poemas
Data da publicação: 10 fevereiro 2018
Autor: Torquato Neto
Gênero: Poemas/Poesia

Descrição: Com seleção e prefácio de Cláudio Portella, essa antologia dos Melhores Poemas Torquato Neto, em formato pocket, é uma ótima oportunidade de embarcar nessa psicodelia que nasce do registro da manifestação. Toda e qualquer manifestação.
Impressões: Ah, não… Cê ainda não conhece esse livro, né? (eu chutaria que não). Mas os poemas que tão lá dentro? Nossa, tão bons que vários viraram hits da música popular!
Antes de falar da obra, preciso soltar o verbo sobre o cara: Torquato Neto foi um dos poetas (na minha humilde opinião) que mais democratizaram a poesia, sacou? Se hoje a galera tá hypada em jogar gíria, ironia e linguagem do povo nos versos, foi porque esse maluco passou a rodo abrindo caminho.
E olha que incrivel: a música Cajuina, do Caetano Veloso? É uma homenagem póstuma ao Torquato, que infelizmente partiu cedo demais por suicídio. Vai por mim: mergulhar nesse livro é descobrir um pedaço cru e genial da nossa cultura – e ainda pegar a referência das letras que ecoam por aí.
(fica a dica: ele é daqueles autores que te fazem pensar “como eu não descobri isso antes?”)